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sábado, 26 de janeiro de 2013

Aquela praça

       Passei por aquela praça que me traz tantas lembranças. Aquela praça onde tantas coisas aconteceram. Aquela praça que sabe mais de mim do que eu mesma.
       Dia, tarde e noite. Choro, riso, angústia e esperança. Criança, adolescente e adulta. Sóbria e alcolizada. Sozinha e acompanhada. Solteira, ficando e namorando. Ela me viu de todas as formas e em cada uma delas eu tive o prazer de estar ali. 
       Vontade de voltar e sentir todos os cheiros de novo. Saudade das companhias e das peripécias. Tanta gente que passou, tanto vinho compartilhado, tantas histórias contadas. Não havia distinção: mendigo, classe média e ricos rebeldes no mesmo lugar trocando palavras. Aprendizados que não se adquirem em casa.
       Lembro como se fosse hoje da tristeza que me bateu, lágrimas na chuva fina, um banco só meu. Um homem passou e me ofereceu um abraço. Abraço sincero, homem simples, algumas palavras de conforto. Estava pronta pra voltar pra casa e encarar o dia seguinte.
       Passar por aquela praça dói. E dói por ver aquelas pessoas fazendo o que eu fazia. Me vejo nelas e penso: o que será que elas vão ser? Eu não me projetava como sou, mas quando não temos planos, a vida toma conta da gente.

2 comentários:

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